sexta-feira, 11 de março de 2011

Guardei

“Pra você guardei o amor que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar sentir
Sem conseguir provar
Sem entregar e repartir

Pra você guardei o amor que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim
Vem visitar, sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar e permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto, o jeito pronto do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio exibe em cada olhar

Guardei, sem ter porque
Nem por razão, ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei, vendo em você
Explicação nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu, cheiro e ar na cor que o arco-íris risca ao levitar

Vou nascer de novo, lápis, edifício, Tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço do seu lar”

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